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Irreversível (2002)

Fevereiro 8, 2008

Irreversível – filme que conta com a direção de Gaspar Noé e ótimas atuações de Vincent Cassel, Albert Dupontel e Monica Bellucci – é um tanto quanto perturbador. Já no início do longa, o espectador é bombardeado por uma série de imagens e informações desconexas, fruto de técnicas não usuais de filmagem e roteiro. Técnicas estás que fizeram com que muitas pessoas abandonassem as salas de cinema antes dos quinze minutos de execução – O que é uma pena, já que o filme é realmente genial. É preciso, contudo, paciência e atenção. Aqueles que encaram Irreversível até o final são surpreendidos por um tornado de sentimentos, críticas sociais e um profundo estudo humano.

Pra começar, o diretor utiliza-se da mesmo estilo de apresentação que outro filme conhecido, Amnésia (1983), onde a história é contada de trás para frente. A primeira cena que vemos são os créditos finais subindo na tela. Outro ponto peculiar são os rodopios de câmera que, no começo, deixam os desavisados um tanto quanto perturbados (para não dizer enjoados). Entretanto, conforme o roteiro se desenrola, a câmera começa a estabilizar, e nos acostumamos às imagens confusas do filme.

Noé também expressou neste filme a natureza humana, sob sua perspectiva, contando a história de três personagens únicos e profundos. A história gira em torno do estupro de Alex (Monica Bellucci), e todo o trajeto para a vingança de Marcus (Vicent Cassel) e Pierre (Albert Dupontel). Ao mesmo tempo, Irreversível promove um fascinante estudo – não de personagem, mas sim sobre o comportamento humano. Quando assistimos a uma conversa entre Marcus, Pierre e Alex, que discutem o orgasmo, o assunto abordado é totalmente irrelevante, já que Gaspar Noé quer, na realidade, que compreendamos a dinâmica entre estas três pessoas, que as observemos em um ambiente de normalidade – e, a partir daí, percebamos como um homem carinhoso e gentil pode se converter em um assassino em questão de minutos. Importante também atentar para a cena do estupro, gravada em plano-sequencial de onze agonizantes minutos – motivo pelo qual a classifico como uma das cenas mais polêmicas (e fortes) do cinema.

Um filme sentimental, sem sombra de dúvidas. Confesso que senti um nó na garganta nas últimas cenas, onde Alex e Marcus aparecem juntos, em sua vida cotidiana como um casal, e também na cena posterior, onde um acontecimento é revelado. Chorei pelo que iria acontecer, entretanto, não pelo que estava acontecendo.

Apesar de tudo o que podem dizer os críticos menos abertos – que classificaram o filme como Pseudo-intelectual – Irreversível (Irreversible, no original) é um filme sensível, explosivo e genial.

Direção: Gaspar Noé
Roteiro:
Gaspar Noé
Gênero:
Drama
Origem: França
Duração: 99 minutos
Tipo: Longa
Trailer:
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Site:
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Por Eduardo Stigger

 

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Across the Universe (2007)

Janeiro 17, 2008

É impossível não ficar com um pé atrás quando se fala de Beatles, muitas das obras feitas para homenagear o quarteto de liverpool caem no incrivel vácuo do esquecimento imposto pelos fãs, que querem preservar a obra de seus idolos.Across the Universe

Across the Universe parece que será diferente, é um musical ambientado nos anos 60, em meio à contracultura e guerra do Vietnã, que conta a historia de amor. Não se trata de um filme sobre os Beatles e sim um musical com canções dos Beatles, sendo que cada personagem tem um nome alusivo a alguma musica. Jude (Jim Sturgess) é um trabalhador das docas de liverpool e vai para a America na intenção de conhecer seu pai, que era um soldado americano. Na america conhece Max (Joe Anderson) que tem uma irmã chamada Lucy (Evan Rachel Wood) pela qual se apaixona. Jude e Max vão à Nova York tentar ganhar a vida, alugam um quarto do apartamento de Sadie(Dana Fuchs), uma cantora de rock que tem como guitarrista Jo-Jo(Marthin Luther). Após uns dias conhecem Prudence (T.V. uma oriental que entra pela janela do banheiro do apartamento.

O filme reúne 30 versões de canções dos Beatles, algumas encaixando muito bem com a historia do filme e outras apenas para servir de trilha a alguma seqüência, sendo que Bono Vox intepreta duas delas: “Iam the Walrus”, na qual canta durante o filme na pele de Dr. Robert e “Lucy in the Sky with Diamonds”. Também destaco as seguintes musicas do filme: “Helter Skelter” interpretada pela Dana Fuchs com uma energia incrivel, “Come Together” intepretada por Joe Cocker e Martin Luther, “I want you” por Joe Anderson e por fim “While My Guitar Gently Weeps” que chegou muito proximo do que a musica realmente quer dizer.

Direção: Julie Taymor
Roteiro:
Dick Clement, Ian La Frenais
Gênero: Musical/Romance
Origem: EUA
Duração: 133 minutos
Tipo: Longa
Site: Across The Universe
Trailer: Aqui (youtube)

Escrito por Fanny Webber, que também escreve no Fanny in Box, sobre tudo que dá na telha.
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Tudo sobre minha mãe (1999)

Janeiro 4, 2008

Tudo sobre minha mãeBizarro. Assim classifico Pedro Almodóvar. O diretor possui, entretanto, o dom único de transformar simplicidade em magia. A maior prova disso é o seu longa Tudo sobre minha mãe (Todo sobre mi madre, no original) de 1999. O filme mescla de tudo: homossexualismo, religião, família, drogas, preconceito, amor, arte, morte e paixão; contudo, ao contrário do que se espera, Almodóvar não aprensenta-nos um tapete de retalhos porcamente costurados, mas sim uma obra magnífica que se desenrola majestosamente. Não saberia dizer onde está o ponto mais forte. Talvez sejam os personagens – inúmeros e infinitamente complexos, como seres humanos da vida real. Talvez seja o elenco perfeitamente selecionado, ou, quem sabe, a teia tão enredada de relacionamentos que o filme nos introduz. O certo é que é uma obra sem igual.Um bonde chamado desejo

As atuação do filme são surpreendentes: Esteban (Eloy Azorín) é um precoce escritor de dezessete anos que, em seu aniversário, pede como presente à sua mãe, Manuela (Cecilia Roth), para ir a uma apresentação da peça “Um Bonde Chamado Desejo” (no cinema, Uma Rua Chamada Pecado, com Marlon Brando e Janet Leigh). Após o término, Esteban espera ansiosamente pela saída da estrela Huma Rojo (Marisa Paredes) dos camarins, a fim de pegar um autógrafo com ela. Em meio ao temporal, Esteban é atropelado, falecendo logo a seguir no hospital. Sozinha, sua mãe decide voltar para Barcelona, cidade de onde fugira há alguns anos atrás, para encontrar o pai do menino, que vive como travesti, e dar-lhe a difícil notícia. Fato: Almodóvar é fascinado por travestis.

Além, o filme conta com atuações de Penélope Cruz, atriz bastante proeminente da cena contemporânea. Acho importante enfocar também a ótima atuação de Marisa Paredes. Ela dá à sua personagem uma aura de melancolia e tristeza quase subjetiva, como se não fosse algo intencional, mas natural. Outro grande ator (?) é Antonia San Juan, que interpreta o travesti Agrado – igualmente de forma natural. Me pergunto algumas vezes se o ar debochado pertence ao criador ou à criatura. No mais, um longa que não pode faltar na coleção de qualquer cinéfilo que se preze. Almodóvar mostra de forma brilhante o motivo pelo qual é considerado um dos maiores diretores da atualidade.

Direção: Pedro Almodóvar
Roteiro: Pedro Almodóvar
Gênero: Drama
Origem: Espanha
Duração: 101 minutos
Tipo: Longa
Trailer: clique aqui
Site: clique aqui

 

 Por Eduardo Stigger
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Capote (2005)

Janeiro 2, 2008

Capote

Truman Capote (Philip Seymoout Hoffman) pode ser definido como um personagem intenso, egoísta e sentimental, mas sobretudo egoísta.
Basicamente o filme trata do último livro de Capote, A Sangue Frio (In Cold Blood) e como foi sua trajetória para escrever o livro.
Tudo começa com um crime em uma pequena cidade do Kansas, Dick Hickock (Mark Pellefrino) e Perry Smith (Clifton Collins Jr.) assassinam uma família de quatro pessoas, Capote começa uma pesquisa intensa para o que seria seu próximo livro e desenvolveu um laço com os assassinos ao entrevista-los no chamado “corredor da morte”.

Durante o filme Capote vai se mostrando aos poucos e vai-se percebendo do que ele é capaz para conseguir o que quer. Capote tem um amor-próprio elevado e também sua auto-piedade. Auto-piedade que o fez esquecer de sua amiga e principal ajudante Harper Lee(Catherine Keener) – que vivia seu momento de glória – por causa dos problemas com seu livro. Mas ele é muito mais que egoísmo, ele é sentimento. Sentimento esse que torna seu egoísmo algo subconsciente, de tal maneira que capote fica perdido em suas lamurias ate a solução tocar seu telefone.

Algo que me deixou com um “pé atrás” no começo do filme foi a voz de capote, ate o momento em que se consegue acostumar-se com ela é irritantemente aguda, mas quando me dei conta nem mais prestava atenção nela. Além disso, a versão em DVD do filme é limitada ao público brasileiro que não fala inglês, pois as legendas para os extras são apenas em Coreano, nem mesmo inglês em legenda é possível.

DADOS:
Direção: Bennett Miller
Roteiro: Dan Futterman
Gênero: Biografia/Drama
Origem: Estados Unidos
Duração: 98 minutos
Tipo: Longa
Trailer e Site Oficial: http://www.sonyclassics.com/capote

Escrito por Fanny Webber, que também escreve no Fanny in Box, sobre tudo que dá na telha.
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Cameras, luzes e Blogando.

Janeiro 2, 2008

    Aqui nasce oficialmente Take Dois, o próximo blog sobre filmes.

Quero desde já deixar claro que o Take Dois não tem como meta escrever sobre os filmes que estão entrando em cartaz, poderemos acabar fazendo, mas não é o foco do blog e sim escrever sobre filmes bons independente da época do lançamento, porque essa é a idéia de imortalidade que tem que ser mantida nos filmes.

Volta e meia aparecera artigos sobre curta-metragens, famosos ou não. Logo, se você tem um Curta é quer nós mostrar, será um prazer ver e comentar o trabalho.

Pois por hoje é só, aguardem nossas atualizações.